
Reconhecimento facial, IA e o futuro da identidade: como os brasileiros enxergam a nova era do KYC?
Destaques principais:
- 67% dos brasileiros estão confortáveis com o KYC por selfie ou reconhecimento facial: a verificação biométrica virou o novo normal.
- Quase 80% têm ressalvas sobre biometria mais rigorosa: só 23% entregariam impressões digitais ou escaneamento de íris sem hesitar, enquanto 77% demonstram resistência ou só aceitariam se fosse obrigatório.
- A IA não preocupa a maioria: 77% se sentem tão seguros ou até mais seguros com IA analisando seus dados quanto com um humano.
- O medo de deepfake e roubo de identidade é real: 90% evitariam ou repensariam usar plataformas que exigem biometria por conta desses riscos.
- A demanda por KYC focado em privacidade é enorme: 95% querem uma alternativa que preserve privacidade e 62% trocariam imediatamente, se estivesse disponível.
Selfies, biometria e IA: bem-vindo à nova era da identidade no Brasil
A Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) alinhou o Brasil às tendências globais ao exigir biometria facial (selfie ou escaneamento ao vivo) em todas as plataformas reguladas de apostas e cassinos online.
O governo fez com que esses sites reforçassem seu processo de KYC – exigindo não só documentos, mas também escaneamento facial de todos os jogadores.
A partir de julho de 2025, as seguintes exchanges e carteiras cripto já implementaram KYC biométrico obrigatório (selfie ou reconhecimento facial) para novos usuários e para grandes saques ou depósitos:
- Mercado Bitcoin: a maior exchange do Brasil exige selfie já no cadastro e antes de saques relevantes.
- Binance Brasil: usuários precisam fornecer selfie ou escaneamento facial tanto para entrada de fiat quanto de cripto.
- Bitso: a “unicórnio” latino-americana exige biometria facial para toda verificação.
- Foxbit: exchange veterana do Brasil exige selfie para todos os usuários, novos ou antigos.
- OKX: exchange global segue o novo padrão biométrico para todos os brasileiros.
- Banco Inter (divisão cripto): o banco digital líder do país usa KYC facial para contas e operações cripto.
Outras plataformas – como NovaDAX e apps de carteira como Kodo – também estão implementando o KYC biométrico, acompanhando as expectativas regulatórias e as melhores práticas do mercado.
Se você quer saber quais exchanges estão preparadas para as novas exigências regulatórias, confira nossa análise completa sobre quais plataformas cripto já estão prontas para a licença VASP no Brasil.
À medida que exchanges e fintechs aderem, como os usuários realmente se sentem ao compartilhar seus dados mais sensíveis com empresas e algoritmos?
Pesquisamos brasileiros entre 18 e 56 anos – ativos em apostas, cassino e plataformas cripto – para obter respostas honestas sobre verificação biométrica, confiança em IA e o que eles realmente esperam do KYC.
67% se sentem confortáveis com KYC por selfie: reconhecimento facial já é o normal
As novas regras de KYC no Brasil exigem selfie ou reconhecimento facial. Isso seria demais para a maioria? A resposta é clara: 67% dos brasileiros da pesquisa se sentem confortáveis em fornecer selfie ou escaneamento facial para verificação. 38% dizem estar muito confortáveis. Apenas 25% expressam algum desconforto e só 6% se sentem muito desconfortáveis. Para a maioria, a selfie virou rotina digital.
45% só entregam biométricos rigorosos se for obrigatório: impressão digital e íris dividem opiniões
Quando a exigência é por biometria ainda mais sensível, como impressões digitais ou íris, o brasileiro fica mais cauteloso. Só 23% entregariam sem hesitar. Outros 45% só aceitariam se fosse realmente obrigatório. 23% preferem não fornecer esse tipo de dado e 9% recusam completamente.
34,5% se sentem mais seguros com IA – 17,5% menos seguros
Hoje, a IA analisa cada vez mais a identidade – do reconhecimento facial à detecção de fraude. Como o brasileiro se sente ao ser avaliado por algoritmo e não por um humano? A maioria não se preocupa: 42,5% dizem se sentir tão seguros quanto com um humano; 34,5% sentem-se ainda mais seguros com IA. Só 17,5% ficam menos tranquilos. A tecnologia não assusta, muitos confiam.
45,5% confiam em parte – só 22% têm confiança total nas plataformas
Mesmo com a crescente aceitação da biometria, a confiança nas empresas ainda é limitada. Só 22% confiam totalmente que exchanges e sites vão proteger seus dados biométricos. 45,5% confiam “em parte”. 21% têm pouca ou nenhuma confiança e 11,5% são neutros. Ou seja, empresas precisam demonstrar mais transparência e segurança.
34% evitariam plataformas por medo de deepfake; 56,5% repensariam
Fraude por IA e deepfake está nos holofotes. Isso impacta decisões reais: 34% evitariam plataformas que exigem biometria por medo de deepfake ou roubo de identidade. 56,5% repensariam antes de usar. Só 9,5% não se preocupam com o risco.
95% querem KYC com privacidade – 62% trocam na hora se tiver opção
Se fosse possível provar sua identidade sem selfie ou biometria, os brasileiros usariam? Sim: 95% testariam métodos que preservam a privacidade (como zero-knowledge proof). 62% trocariam imediatamente e 33% considerariam a opção. Quase ninguém é fiel ao KYC tradicional.
61% já fizeram KYC biométrico após a nova lei
A nova lei tornou o KYC biométrico obrigatório nos sites de apostas em 2024. Isso afugentou os usuários? Não: 61% já completaram o processo em ao menos uma plataforma após a mudança. Os outros 38,5% ainda não fizeram – por não precisar ou por resistência. O ritmo de adesão é alto.
Geração Z lidera aceitação – mas todos estão se adaptando
A idade define como o brasileiro vê a identidade digital. Jovens (final da adolescência aos 20 e poucos) aceitam biometria e IA com facilidade e querem mais privacidade. Adultos (40+) mostram mais cautela e preocupação com deepfake, mas também estão aderindo às regras e interessados em KYC mais seguro.
O que esperar do futuro do KYC no Brasil?
Os brasileiros já aceitam o KYC biométrico – especialmente o facial – como padrão. Mas querem alternativas com mais privacidade e segurança de dados. Poucos têm medo da IA, mas todos esperam das plataformas respostas claras para riscos como deepfake. Transparência e inovação serão o diferencial.
Para casas de apostas, exchanges e fintechs, o recado é claro:
- Invista em KYC que preserve a privacidade
- Comunique claramente como protege dados
- Antecipe fraudes e riscos de IA
- Transforme o KYC em vantagem competitiva — não só obrigação